
Presidente pensou em projetos arquitetônicos faraônicos.Mas seu grande legado para a cidade vai ser na infraestrutura.
Steve Erlanger Do New York Times, em Paris
Todo presidente da Quinta República da França teve seu projeto faraônico, através do qual ele deixaria sua marca na capital e na cultura francesa. François Mitterrand, socialista veemente conhecido como "A Esfinge", deixou a nova biblioteca nacional francesa e, para continuar no tema, a controversa pirâmide de vidro no Louvre. Jacques Chirac deixou o Musée du Quai Branly, um museu antropológico, com o projeto polêmico do arquiteto francês Jean Nouvel. O presidente Nicolas Sarkozy quer deixar nada mais, nada menos que "Le Grand Paris". Em mais de um ano de debates, houve ideias e projetos espetaculares por parte de dez equipes de arquitetos famosos, unidos a convite do presidente para repensar Paris como uma cidade integrada com seus subúrbios e responsável em sua pegada ambiental.
Antoine Grumbach imagina Paris se esticando ao longo do Sena para Le Havre e o mar. Roland Castro, cuja equipe incluiu um sociólogo e um filósofo, propôs um parque de cem hectares rodeado por arranha-céus em La Courneuve, um dos subúrbios parisienses mais horríveis. Richard Rogers planeja jardins panorâmicos e parques construídos acima de linhas ferroviárias. Yves Lion vê Paris brotando campos e florestas, com cidadãos capazes de cultivar seus próprios vegetais, uma similaridade infeliz com as necessidades de cidades soviéticas. Os arquitetos ofereceram fitas e balões, mas poucos desses planos têm probabilidade de serem executados (se é que algum será). Pressionado pela política e por financiamentos, Sarkozy concluiu que irá buscar objetivos menores, mais corajosos e essencialmente práticos. A ambição permanece a mesma: tentar trazer uma melhoria insignificante no transporte e na habitação da cidade, estimular o desenvolvimento econômico e quebrar a camisa-de-força de uma "parede" artificial ao redor de uma cidade relativamente pequena – uma parede representada por uma rodovia circular de aproximadamente 35 quilômetros, que separa Paris de vários subúrbios (cidades legalmente separadas) – onde muitos trabalhadores parisienses moram.
Sarkozy até mesmo desistiu de um esforço para reorganizar o governo e incorporar algumas dessas cidades menores no que realmente seria uma Grande Paris. Um plano de reorganização governamental local que ele comissionou do ex-primeiro-ministro Edouard Balladur se provou tão impopular com prefeitos e conselhos locais do resto da Île-de-France, a região administrativa que inclui Paris e seus subúrbios, que o ágil e realista Sarkozy simplesmente o arquivou. No entanto, isso deixou um problema para o presidente francês. O que seria tão grandioso em sua Grand Paris? Sua resposta foi, simplesmente, infraestrutura. Em discurso realizado no final de abril, Sarkozy afirmou que deixaria os sonhos de reformas para outra geração. Ele disse que o estado ofereceria cerca de US$ 50 bilhões para o que ele chamou de propostas complementares para o serviço estendido de metrô que permitira às pessoas do subúrbio viajar entre eles sem ter de entrar em Paris, melhorando as linhas de metrô e trem existentes e saturadas, conectar à malha alguns dos bairros parisienses mais marginalizados e pobres e, finalmente, conectar todos os três aeroportos de Paris a um transporte público eficiente.
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